26/09/2014

FREGUESIA DE BENSAFRIM (LAGOS) FOI CONTEMPLADA COM “NOVO ATERRO” MUNICIPAL

O que visitei  hoje em plena Vila Bensafrim, (mais propriamente na Zona Verde, atrás do complexo desportivo) é  uma afronta à cidadania, ao ambiente, a quem paga impostos, ao bom senso… se não mesmo um caso de saúde pública!

Há uma semana atrás fui alertado em Lagos pelos moradores desta zona  para esta situação, comprometi-me na altura que na qualidade de Membro da Assembleia Municipal eleito pelo PSD iria ao local ver o que se passava e consequentemente agir em conformidade, fica o registo fotográfico deste "novo" local de depósito de "lixos":





Se não se pode recolher todos os dias, então faça-se ou improvise-se uma zona de transferência para que os Munícipes e a Junta de freguesia possam depositar em condições controladas os “lixos” que lá costumam colocar, agora assim não!

Faltou apenas referir que foram vistos neste local, pelos concidadãos que moram nesta zona, umas ratazanas do tamanho invulgar que julgaram ser coelhos vindos da reserva de caça que faz “fronteira” com a dita lixeira. Fica o registo em 25 de Setembro de 2014…Aguardamos a acção de limpeza e fiscalização dos serviços competentes!

Fernando Cristino Marreiro
Deputado municipal eleito pelo PSD
Membro da Assembleia Distrital do PSD Algarve

23/09/2014

COMO ABORDAR O CONFLITO LABORAL (na administração pública!)

O que é o conflito (laboral)?
«Conflito é o processo que começa quando uma parte percepciona que frustrou a outra ou está prestes a frustrar algo que lhe diz respeito.» por Kenneth Thomas

O conflito (laboral) na administração pública como em outras organizações é determinando por várias variáveis, como formas de estar dentro da organização, em interesses e expectativas ou até mesmos objectivos, tendo sempre como oposição outras formas de estar, outros interesses e expectativas ou objectivos. É na oposição ou no desacordo existente dentro ou entre os trabalhadores, grupos ou equipas de trabalho,  entre serviços, ou unidades orgânicas e politicas, que emerge e se alimenta o conflito (laboral).

Mas o conflito na administração pública faz sentido?
Quando estudamos este tipo organizações (ou para quem as conhece suficientemente bem), muitas vezes a forma como elas estão estruturadas, por si só fomentam e originam potenciais situações de conflito. Ao longo dos anos que trabalho na administração pública e pelo conhecimento que tenho do privado, assim como pela leitura e estudo da temática, consigo identificar neste momento seis causas (factores), que podem originar ou potenciar o conflito (laboral) na administração pública:
1. São geralmente estruturas organizacionais muito "densas e longas", constituídas por trabalhadores que estão interligados por diferentes ou vários níveis hierárquicos. Níveis esses padronizadas por um conjunto de funções e responsabilidades em muitos situações muitos estáticos, rotineiros e com deficiências no plano do planeamento e gestão estratégica (não se sabe bem quem manda em quem) o que por si só potencia a inercia organizacional e o aparecimento do conflito laboral;

2. Um segundo fator é que quando existe um grande distanciamento hierárquico vão aumentar os problemas de comunicação organizacional, quase sempre ao nível da perda e da partilha da informação e consequentemente problemas ao nível do desempenho organizacional, potenciando o ruído (o dois que disse) e consequentemente o conflito laboral;

3. Quando deparamos ou encontramos uma estratégia organizacional (visão, missão, valores e objectivos) que esteja mal definida, que seja omissa e com uma deficiente implementação, podemos estar perante um "iminente colapso organizacional". Que entre vários aspectos poderá provocar o que apelido de "choque hierárquico" e consequentemente o "deixa andar" das diferentes estruturas e serviços. Esta situação é altamente negativa e prejudicial para para qualquer organização e com implicações aos diferentes níveis e sobretudo com reflexo no relacionamento entre trabalhadores potenciando com isso o conflito laboral;

4. Os interpretação dos recursos humanos sobre a organização onde trabalham vai sempre além do um simples local de trabalho e isto é incontornável. Vezes sem conta são transportados para o local de trabalho, problemas pessoais, conflitos extra empresa e outros que também vão potenciar o aparecimento de conflito (laboral);

5. Nestas estruturas organizacionais "facilmente" identificamos diferentes estilos de gestão e (sobretudo) de liderança (em muitos casos dentro da mesma estrutura organizacional). Se associarmos a isso a dificuldade e diferença de níveis assimilação por parte dos trabalhadores e não trabalharmos esse aspecto, podemos "inconscientemente" estar a potenciar a génese ou "alimentar" situações de conflito laboral; 

6. Quando as expectativas dos trabalhadores são (reiteradamente) ignoradas, proteladas ou subavaliadas, existe também uma elevada potencialidade de surgirem situações de conflito laboral;

Mas se conhecemos as causas! ainda assim trata-se de uma realidade que dificilmente é  admitida e assimilada dentro das organizações e em particular pelos serviços da administração pública (a todos os níveis), o que levanta a seguinte questão:

Será que o conflito organizacional poderá ser resolvido ou minimizado?
Eu acredito que sim! Passando pela definição e implementação de uma estratégia de comunicação ao nível da gestão de recursos humanos de forma transversal por toda a estrutura orgânica. 

Mas Como?algumas pistas...:
1.  Estruturando e implementando uma estratégia de comunicação o mais aberta possível;
2.  Criar mecanismos para interpretação e sentir a organização, prestar atenção aos sinais verbais e não verbais dos diferentes serviços e trabalhadores;
3.   Permitir a expressão de sentimentos a todas as partes envolvidas no conflito laboral;
4. Dar uma resposta efectiva às necessidades das estruturas e trabalhadores e sobretudo Reconhecer as suas necessidades e preocupações;
5. Criar mecanismos isentos de escuta das diferentes estruturas e trabalhadores para permitir a introdução da mediação e negociação no conflito;

Concluindo, o caminho da gestão de conflitos laborais na administração pública passa inevitavelmente pela implementação efectiva do termo negociação, ainda mais quando as técnicas são conhecidas e os problemas estão identificados.

Se não se pratica... vá lá saber-se porquê!

Fernando Cristino Marreiro
Sociólogo
Deputado Municipal PSD Lagos