24/07/2012

FACTOR C - AS DENOMINADAS “CUNHAS”

Numa “tertúlia” de que faço parte, discutíamos num encontro o FACTOR C, ou seja a denominada e conhecida CUNHA... e consequentemente as razões da mesma.

Chegamos a uma conclusão muito interessante, ou seja, que (quase) ninguém é “virgem” quando se fala de cunhas. Quem é que não beneficiou ou fez beneficiar um familiar, um amigo ou conhecido de uma recomendação, da facilitação de uma qualquer resolução, de um emprego, da “abertura de uma porta” ou tão simples de um apressar de papéis, isto entre mil e uma coisas em que a cunha poderá estar presente.

No caso do emprego, existe inclusive quem defenda que a “cunha” poderá funcionar como uma excelente etapa no processo recrutamento, pois se um candidato a emprego surge já referenciado positivamente, certamente que reúne um conjunto de competências já provadas e sobretudo comprovadas. Bem como o facto de se apresentar com a dita “cunha”, vai  reforçar o seu rendimento no sentido de não deixar ficar mal quem o referenciou.

Uma investigação levada a cabo pelo INE* de certa forma confirma isso, pois cerca de 50% dos jovens até aos 34 anos arranjam emprego através da rede de amigos e familiares, diríamos através da «cunha», tratando-se assim uma realidade transversal em toda sociedade.  

Mas não será a «cunha» um factor de corrupção?
Para a grande maioria dos portugueses está provado que faz parte do dia-a-dia furar o sistema, o tráfico de influências é legitimado e cada vez mais as redes de contactos, os grupos, os partidos, a família e os amigos são elementos preciosos para quem está nesta «selva» globalizada.

E tudo isto porquê?
Porque qualquer comum dos mortais se apercebe que quem rouba milhões não lhe acontece nada… então qual é o mal de praticar uma pequena corrupção(zinha), como seja uma simples cunha. Pois em determinados casos até vem facilitar e dar resposta às necessidades e expectativas das pessoas, resolvendo problemas que o estado não resolve, não consegue ou não quer resolver.

Naturalmente que estamos perante um problema grave, onde nem sempre os mais bem preparados são os escolhidos e quem não tem cunhas fica para trás ou simplesmente fica de fora...diria à margem! 

Termino esta reflexão deixando algumas questões, para as quais procuro respostas mas não encontro...

Onde fica a capacidade de trabalho? o conhecimento? a inteligência? a experiência de vida? O espírito de missão? intuição e  visão? a capacidade de inovação e liderança?... e sobretudo a ética e moral que uns têm e…outros não têm!

Fernando Cristino Marreiro 
(Sociólogo)


23/07/2012

FUI UM PRIVILEGIADO EM CONHECER O AMIGO E SOCIÓLOGO NUNO FERRO…


Posso dizer que fui um privilegiado em conhecer o amigo e sociólogo Nuno Ferro, nos vários papéis que desenvolveu na e para a sociedade lacobrigense. Com uma prática social invejável, não tenho dúvidas que produziu efeitos e transformações sociais que jamais serão esquecidas nesta cidade.
Conheci o Nuno na frequência do Curso de Sociologia e posteriormente no CASLAS (Centro Juvenil), já aí ressaltava o excelente trabalho que ele desenvolvia com miúdos. Mais tarde trabalhamos em parceria com o projecto de luta contra à pobreza no Chinicato, sendo este projecto um marco no seu percurso profissional. Às vezes não estávamos de acordo, mas honra seja feita o Nuno “partiu pedra” com esse projecto e marcou decisivamente para sempre aquelas famílias. Destaco ainda o seu desempenho e intervenção social no bairro da meia praia, bairro dos moinhos e em outros com qualidade igual ou superior ao primeiro.
Em outras dimensões do relacionamento social ou em outros papéis profissionais, destaco o papel deste Colega na dinamização e implementação da rede social em Lagos. Para mim simplesmente bestial, pois se subsistiam algumas dúvidas das suas capacidades no plano teórico e metodológico, ou ainda no plano técnico e relacional, elas estavam brilhantemente dissipadas com o seu empenho, conhecimento e dedicação que impôs na implementação na rede social em Lagos.
Em outro dos papéis que conheci o Nuno, foi como formador e mais uma vez me surpreendeu pela conjugação da simplicidade com a exigência ou do rigor com o conhecimento. Ou ainda como “politico” quando foi mandatário para a juventude do partido socialista nas autárquicas de 2001, desempenhado aí um papel importante na vitória do partido socialista em Lagos.
A sua actividade profissional incluiu a par da investigação sociológica, várias dimensões do relacionamento social e vários papéis profissionais, marcadas pelo rigor deontológico e com uma frontalidade impressionante.
Que a sua alma descanse em paz!
Fontes: foto de Nuno Borges
Fernando Marreiro
Sociólogo
Deputado Municipal do PSD

21/07/2012

«A PORTA DA MUDANÇA POLÍTICA EM LAGOS ESTÁ NESTE MOMENTO ABERTA… MAS!»

O estudo de opinião realizado por este “blog” contou com um total 217 participantes. De referir que se trata de uma amostra não controlada porque cada participante poderia votar mais que uma vez, quer por computador diferente ou renovação de IP.
Mas seu resultado dá-nos algumas pistas interessantes de análise sociopolítica relativamente a em quem está no poder, ou para quem é oposição em Lagos.
Resultados:
1.    Ainda se lembra qual foi o partido que votou nas últimas eleições autarquias em Lagos?

2.    Concorda com as decisões políticas tomadas em Lagos depois das autárquicas 2009 (ex. Aumento de taxas, água, saneamento, etc.)?

3.    Concorda com os Parques de estacionamento subterrâneos construídos em Lagos?

4.    Como avalia a oposição do PSD /Lagos desde as Autárquicas 2009?


5.    Como avalia o desempenho de quem está no poder em Lagos desde 2009?


Entre outras leituras as primeiras três questões revelam e sobretudo confirmam que os eleitores sabiam muito bem em quem votar em 2009. Não interessam as razões, nem as não vou aqui explorar, deixando essas conclusões e interpretações para os visitantes do blog de Lagos a Bensafrim.

As respostas às questões referidas no anterior parágrafo revelam um descontentamento generalizado com as medidas que têm vindo a ser seguidas pelo actual poder em Lagos. Os eleitores questionam-se sobre a necessidade ou não de determinadas obras que foram levadas a cabo em Lagos, reflexo esse visível na questão referente aos parques. O tipo de respostas obtido não está certamente dissociado da actual crise que se vive, mas também está certamente relacionado com o “esbanjamento” exagerado e sem nexo das “mordomias” que o actual poder levou a cabo até 2009, cuja “factura” está agora em casa de todos os Lacobrigenses, daí os resultados da questão n.º2.

No desempenho político para quem está no poder ou oposição as respostas transmitem de forma clara o sentimento em relação a ambos, mais uma vez não podemos esquecer a crise, mas pergunto? Será só reflexo da crise…

Para quem está no poder sofre naturalmente do desgaste político que lhe está inerente. Mas em Lagos as causas são “agora” conhecidas do cidadão comum, tivemos um desenvolvimento assente no “descalabro financeiro” e num “planeamento desnorteado” que conduziu a autarquia e o concelho ao estado actual de «penúria». As respostas a estas questões são o reflexo disso mesmo retirando-se como conclusão que situação já é visível e sobretudo “palpável” pelos Lacobrigenses, inclusive é perceptível de todos que a situação vai agudizar-se! Logo não será de esperar dias fáceis para quem está no poder em Lagos até ao fim de mandato.

A porta da mudança política em Lagos está neste momento aberta… Mas!

Os resultados obtidos em torno do desempenho do PSD enquanto maior partido da oposição desde 2009 são no mínimo reveladores de uma coisa! ausência de oposição e de posição politica… neste aspecto e atendendo às minhas responsabilidades enquanto social democrata fico-me por aqui, pois serão assuntos a ser abordados, terão de o ser noutro fórum!...

Fernando Marreiro
Deputado Municipal do PSD

05/07/2012

“JOBS FOR THE BOYS” SIM! MAS COM PONDERAÇÃO E BOM SENSO!...

O termo vulgarizado “Jobs for the Boys”, que constantemente somos bombardeados no dia-a-dia, resume-se ao significado do favorecimento de uns em detrimento de outros!... Hoje em dia é um termo banalizado, vulgarizado e sobretudo “mal visto” pela sociedade em geral, pois está conotado e centralizado quase sempre em razões de preferência política independentemente do partido.
Mas será errado existir razões de preferência política para quem governa? Certamente que não!
O problema é que a prática dos “Jobs for the Boys” obedece a uma lógica de confiança política, diga-se em muitos casos dúbia e reveladora de um desconhecimento do desempenho profissional, ético e moral dos escolhidos que é confrangedora.
Tenho visto e acompanhado desde que ando na politica (1990), casos em que a essa preferência não vai mais além do que uma oportunidade de premiar o compadrio, o que me leva a questionar? Onde fica a capacidade de trabalho, o conhecimento, a inteligência, a experiência de vida, a intuição e visão, a capacidade de inovação e liderança e sobretudo a ética e moral que uns «boys» têm e outros não!...
Desde que respeitados (diria satisfatoriamente) os parâmetros atrás referidos, seria lógico e aceitável nomear para cargos de confiança política os denominados «boys». Porque também é verdade que para estes cargos existe quase sempre a necessidade de se (re)definir um rumo ou uma estratégia politica a vários níveis hierárquicos, onde o facto da confiança politica é parte essencial para garantir a execução das politicas traçadas por quem governa.
Diria que, “Jobs for the Boys” sim! mas com ponderação e bom senso!... e já agora de preferência para  os melhores e mais bem preparados!
Fernando Marreiro
Deputado Municipal PSD