11/06/2013

CANDIDATURAS INDEPENDENTES : "TROCAM AS VOLTAS AOS PARTIDOS POLÍTICOS"

Volto ao tema das eleições autárquicas neste blog, dado que surgiram nos últimos dias alguns factos novos de relevo que não foram abordados em publicações anteriores sobre esta temática, como é o caso do eventual aparecimento de três candidaturas independentes em Lagos, cenário que não acredito, contudo é importante reter o interesse crescente manifestado por este tipo candidaturas. 

Dada a responsabilidade que tenho no actual quadro politico local, não irei debruçar-me sobre qualquer dos potenciais movimentos independentes e sim no que penso sobre o ser independente versus militante partidário.


O conceito de independente na política por si só é dúbio e duvidoso, pois considero que o ser independente está intimamente relacionado, com o saber usar a liberdade que cada um tem direito no exercício de cidadania que a democracia nos permite, quer dentro de uma estrutura partidária como em qualquer movimento independente. No meu caso sou militante de um partido e revejo-me dentro do conceito de liberdade atrás referido, porque considero que os partidos políticos devem saber assimilar essa liberdade dentro do quadro ideológico que defendem. 


Todos sabemos que política actualmente não é uma exclusividade das forças partidárias, sendo legitimo o aparecimento de candidaturas independentes. Mas é imprescindível que as mesmas tenham uma estratégia e orientação perfeitamente definida, estruturada e sobretudo assumida.

Aparecer apenas como alternativa aos partidos políticos não chega, porque uma política activa e dedicada à cidadania e aos cidadãos, obriga a muito mais! Há-que considerar uma visão, um objectivo geral, um elo de ligação comum e só depois o resto. Para mim o aparecimento destes movimentos independentes está intimamente ligado ao facto das forças partidárias não conseguirem dar resposta ao que lhes é exigido e sobretudo à sua falta de (re)adaptação às grandes mudanças que estão ocorrendo actualmente na sociedade. 

As  estruturas partidárias em muitos casos fecham-se em si próprias, onde a componente corporativista impera e os interesses instalados dominam. Pelo que o grande desafio do momento, será por um lado a “refundação”  dos partidos políticos, mas por outro a "emancipação de candidaturas" independentes, contudo não devemos ficar reféns nem de uns ou outros. 

Defendo e acredito que é possível ser-se independente fora e dentro das estruturas partidárias, através de um pensamento político bem estruturado, bem definido, com objectivos claros e sobretudo que se  resposta aos “anseios” actuais e futuros das populações de forma equilibrada e sobretudo sustentada.

Fernando Cristino Marreiro
Deputado Municipal PSD
Membro da Assembleia Distrital do PSD/Algarve