O meu gosto pela política começou logo em criança, estávamos no
princípio dos anos 80 e com oito ou nove anos corria atrás das diferentes
caravanas políticas, que em tempo de eleições visitavam Bensafrim (Lagos).
Recordo-me como eram concorridos todos os comícios (independentemente das
forças politicas), respirava-se a esperança no futuro e sobretudo vivia-se a política
com muita intensidade, expectativa e dedicação em todos os partidos.
A participação política emanava "odores" de honestidade,
transparência, idoneidade e rigor, onde o respeito pelo cidadão anónimo era a
principal condição da prática política, fosse qual fosse a cor partidária.
Desde desse primeiro momento que encaro a política nessa forma e nesse conteúdo e sobretudo associada a um "mundo", cheio de ideias, dedicação, alegria, trabalho e empenhamento em prol dos outros, cuja essência do político tem que residir no crer, nas convicções, no ideais e sobretudo na forma de estar e fazer política.
A política só evolui através de formas de estar e pensar
diferentes, que devemos respeitar, debater e implementar em prol do bem comum
da sociedade. Por isso quando olho para atualidade considero que
existem coisas na política que não podemos colocar de lado, coisas como a
esperança, o futuro, a alegria e sobretudo "as vontades" de um povo
ou de uma nação, de uma cidade, de uma região ou de um país.
Todos sabemos e reconhecemos os momentos
difíceis que estamos a viver no seio da credibilização politica, mas também todos já sabemos que urge mudar a forma de estar e fazer política
por parte dos partidos e sobretudo de muitos políticos, independentemente das
forças partidárias.
A política "tem que se
reformular" na sua componente ética e moral ou caso contrário corremos um
risco elevado de enfraquecimento da nossa democracia, diria
mesmo perda da democracia. Os partidos políticos
têm que se «refundar» nos porquês da sua existência, têm que filtrar as suas
«fileiras» ou «clientelismos», têm que se (re)encontrar ideologicamente por
forma a renovar e sobretudo colocar a confiança sobre a atual desconfiança se
vive!
Fernando Marreiro
Sociólogo
Foto: Retirada de unegroriodejaneiro.blogspot.pt
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