Há algum tempo a esta parte que tento acompanhar o desempenho da classe dirigente em alguns organismos descentralizados do aparelho do estado (no plano regional e local) e de facto estou estupefacto com a ignorância, o compadrio, o deixa andar ou a "perseguição" que se faz a quem não pensa ou alinha com determinadas culturas organizacionais, ou tão simples, quer trabalhar para contribuir e dignificar o próprio estado ou diria a região o país.
Importa referir que esses dirigentes são nomeados pela classe política, que "vezes sem conta é enganada pela força do cartão político" ou por outro tipo de influências, que não avaliando aspectos imprescindíveis para um cargo de dirigente, com as competências técnicas e sociais, a visão do dirigente para futuro da organização, o espírito de missão, o grau de honestidade, a capacidade de contagiar e inovar, o planeamento e muitos outros aspectos fundamentais nas questões de liderança...
Questiono-me? Se compete aos políticos a definição da estratégia, o rumo, a orientação e em cada 4 anos são julgados por isso, ou então têm limitação de mandatos… Porque será que os dirigentes são «quase» sempre os mesmos? Conheço casos que hoje estão no organismo A, ontem estavam no B, muitas vezes com desempenhos “medianos” ou até mesmos negativos, sem respeitar a estratégia que lhes foi delegada (porque a liderança obriga aos pressupostos enumerados no segundo parágrafo).
Concluindo, considero fundamental que os dirigentes nomeados tenham que efectivamente liderar a estratégia definida pela classe política. Mas também têm que prestar contas, têm que ser avaliados de forma rigorosa, objectiva, transparente (onde para o SIADAP 2 previsto para a classe dirigente) e sobretudo têm que incorporar o espírito de visão e missão, que supostamente deveria estar subjacente à nomeação, porque essa (também) assenta em pressupostos de confiança política.
Fernando Cristino Marreiro
Sociólogo
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