28/12/2013

2013:INJUSTO? SIM!… INCOERENTE? CERTAMENTE – BOM ANO 2014!

Estamos mais uma vez a viver um fim de ano, mas um fim de ano diferente, marcado por uma crise profunda à luz de um plano de ajustamento económico e do pagamento de uma divida, que alguns a fizeram e outros a têm que pagar… injusto? Sim! … Incoerente? Certamente.

A maioria dos portugueses “passou este ano com grande custo,” dado o enorme esforço que nos foi exigido (que já sabemos irá continuar em 2014). Em 2013 as desigualdades na sociedade portuguesa, dispararam com o desaparecimento de uma classe média e o tecido empresarial de pequenas e médias empresas teve uma redução na ordem dos 20% a 30% em determinadas regiões do país (Lagos apx. 900 empresas em 2008 passou para apx.250 em 2012).

Na rua, o sentimento de que estamos muito próximo de um colapso social é conversa permanente de muitos portugueses, onde as dificuldades económicas e a constante quebra de valores morais e éticos nos principais pilares da democracia são conversas recorrentes, nos cafés, na rua ou no trabalho. Nos mídia constatamos todos os dias o acentuar da desregulação existente entre a lei, o seu cumprimento, as metas impostas e as normas sociais, para chegarmos à conclusão que estamos próximos de um estado de “anomia” social.

A “desregulação política” foi praticada até ao limite durante anos em Portugal, a estratégia de desenvolvimento foi assente na falta de transparência, na falta de rigor, na falta de responsabilidade, no tráfico de influências, na corrupção, etc., o que acabou por condenar a tão apregoada sustentabilidade que nos venderam como certa e garantida. Hoje chegamos à conclusão que o termo sustentabilidade não saiu do papel e que muitos políticos, nunca conseguiram entender o seu significado, a sua abrangência e sobretudo a sua importância, condenando assim o presente e o futuro de todos nós!

Em 2014, é urgente encontrar novos rumos, para fazer face a um passado recente marcado pelo repetir de políticas erradas, por modelos de desenvolvimento pouco transparentes e em muitos casos desajustados com a realidade nacional, regional ou local. Os portugueses não querem um ano 2014, apenas marcado pela austeridade e pelo fim do resgate económico e da troika, exigem a clarificação de alguns aspectos que aqui já referi, pois não podemos continuar a conviver de igual forma com lícito e ilícito... urge “responsabilizar de forma efectiva” os protagonistas da actual situação que se vive em Portugal.  

O termo esperança, responsabilidade, rigor e justiça têm que fazer parte do nosso dia-a-dia, porque "o que está em jogo" neste momento é a sustentabilidade democrática da sociedade portuguesa, diria mesmo o futuro de Portugal... Acredito que neste momento estamos no início desse percurso de reformulação democrática! Ficando como grande questão para 2014:

Será que ainda vamos a tempo?… Eu acredito que sim!

Desejo a todos os leitores do blog de “ DE LAGOS A BENSAFRIM”,

UM BOM ANO 2014!

Fernando Cristino Marreiro
Deputado Municipal Lagos pelo PSD
Membro da Assembleia Distrital PSD/Algarve 

Foto: Fonte Jornal - i  (on-line)

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