Estamos mais uma vez a viver um fim de ano, mas um
fim de ano diferente, marcado por uma crise profunda à luz de um plano de ajustamento
económico e do pagamento de uma divida, que alguns a fizeram e outros a têm que
pagar… injusto? Sim! … Incoerente? Certamente.
A
maioria dos portugueses “passou este ano com grande custo,” dado o enorme
esforço que nos foi exigido (que já sabemos irá continuar em 2014). Em 2013 as
desigualdades na sociedade portuguesa, dispararam com o desaparecimento de uma
classe média e o tecido empresarial de pequenas e médias empresas teve uma
redução na ordem dos 20% a 30% em determinadas regiões do país (Lagos apx. 900
empresas em 2008 passou para apx.250 em 2012).
Na
rua, o sentimento de que estamos muito próximo de um colapso social é conversa
permanente de muitos portugueses, onde as dificuldades económicas e a constante
quebra de valores morais e éticos nos principais pilares da democracia são
conversas recorrentes, nos cafés, na rua ou no trabalho. Nos mídia constatamos
todos os dias o acentuar da desregulação existente entre a lei, o seu
cumprimento, as metas impostas e as normas sociais, para chegarmos à conclusão
que estamos próximos de um estado de “anomia” social.
A
“desregulação política” foi praticada até ao limite durante anos em Portugal, a
estratégia de desenvolvimento foi assente na falta de transparência, na falta
de rigor, na falta de responsabilidade, no tráfico de influências, na
corrupção, etc., o que acabou por condenar a tão apregoada sustentabilidade que
nos venderam como certa e garantida. Hoje chegamos à conclusão que o termo
sustentabilidade não saiu do papel e que muitos políticos, nunca conseguiram
entender o seu significado, a sua abrangência e sobretudo a sua importância, condenando
assim o presente e o futuro de todos nós!
Em
2014, é urgente encontrar novos rumos, para fazer face a um passado recente
marcado pelo repetir de políticas erradas, por modelos de desenvolvimento pouco
transparentes e em muitos casos desajustados com a realidade nacional, regional
ou local. Os portugueses não querem um ano 2014, apenas marcado pela austeridade
e pelo fim do resgate económico e da troika, exigem a clarificação de alguns
aspectos que aqui já referi, pois não podemos continuar a conviver de igual
forma com lícito e ilícito... urge “responsabilizar de forma efectiva” os
protagonistas da actual situação que se vive em Portugal.
O
termo esperança, responsabilidade, rigor e justiça têm que fazer parte do nosso
dia-a-dia, porque "o que está em jogo" neste momento é a sustentabilidade
democrática da sociedade portuguesa, diria mesmo o futuro de Portugal... Acredito que neste momento
estamos no início desse percurso de reformulação democrática! Ficando como
grande questão para 2014:
Será
que ainda vamos a tempo?… Eu acredito que sim!
Desejo
a todos os leitores do blog de “ DE LAGOS A BENSAFRIM”,
UM
BOM ANO 2014!
Fernando Cristino Marreiro
Deputado Municipal Lagos pelo PSD
Membro da Assembleia Distrital PSD/Algarve
Foto: Fonte Jornal - i (on-line)
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