Hoje comemora-se o dia 25 de Abril 1974, o dia da revolução, o dia da mudança, o dia da esperança… decidi escrever esta nota, pois considerando os momentos difíceis que se vivem, penso que a melhor forma de se comemorar este dia, será continuar a apelar para que se exerça cidadania, pois é nesse exercício que se alimenta a democracia que nos assegura a todos a liberdade e sobretudo um vasto conjunto direitos e deveres.
Foram muitas as oportunidades criadas e outras tantas desperdiçadas pós 25 Abril, mas mais do que nunca temos que fazer tudo o que está ao nosso alcance para proporcionar aos nossos filhos e concidadãos sem excepções as condições necessárias para que também eles tenham a possibilidade de exercer a sua cidadania, pois só com esforço de todos podemos reforçar os mecanismos de consolidação de uma democracia que se quer verdadeiramente participativa. Pelo actual momento de crise em que o país está mergulhado não vai ser fácil, a convulsão social é iminente, a quebra de valores morais e éticos é uma realidade e sobretudo a forma de estar e fazer politica por parte de alguns políticos não dignifica, nem incentiva a uma participação activa do cidadão comum. Temos e devemos efectuar uma reflexão profunda sobre estes 37 anos de regime democrático, pois já é altura de avaliarmos desempenhos, apurar responsabilidades, mudar de rumo se for caso disso, não podemos é continuar pactuar com determinada classe de politica, viciada e envelhecida de espírito e sobretudo esquecida do 25 Abril de 1974.
O presente e o futuro exige muita prudência, extremo rigor, muita responsabilidade e sobretudo ética nas decisões, nas opiniões, nas influências, nas relações institucionais e interpessoais. O País tem que se voltar para a geração que cresceu ou nasceu pós 25 de Abril, pois os tempos que se avizinham são cruciais e decisivos para as gerações que estão agora a crescer e para as vindouras, nós homens e mulheres de uma geração rasca ou á rasca, uns que gostam da política outros que não podem ouvir falar dela, não podemos nem devemos continuar a pactuar, a condicionar, a impugnar ou mesmo hipotecar o nosso futuro e o dessas gerações. Mais que nunca a sustentabilidade democrática está na mesa e as opções políticas deverão passar por esse conceito, não podemos continuar a embarcar em projectos megalómanos cujos resultados estão há vista por esse país a fora, devemos centralizar-nos no essencial, no que realmente faz falta, nas necessidades actuais das famílias, no apoio às empresas, enfim, na criação efectiva de um ambiente favorável ao desenvolvimento sustentado, por forma contribuir para uma reformulação da cultura democrática, das instituições públicas e privadas, enfim do país. Já é tempo de nos unirmos de forma clara e objectiva para não pactuarmos com opções políticas que comprometem decisivamente o futuro, temos que começar outra «revolução»… de lutarmos por posições e outros modos de ver a vida, temos que ser realistas, sinceros, exigentes connosco e também com os que nos rodeiam, a democracia não se compadece com a política da desconfiança, da corrupção, do compadrio, do tráfico de influências que tem sido fomentado ao longo destes 37 anos. Temos que olhar para o estado e para as estruturas internas do mesmo de forma objectiva e clara, ajudar quem trabalha e quer trabalhar e não apenas para o compadrio ou cartão político, para as amizades coadjuvadas por sistemas de avaliação viciados ou mal aplicados, devemos apostar na polivalência dos recursos humanos se quisermos de facto implementar as reformas nas instituições do estado.
Termino homenageando e recordando os mais velhos, os que um dia já estiveram privados da liberdade, para nós, os mais jovens, cabe-nos a missão do futuro que é complicado mas estou certo honrarem-mos a nossa democracia.
Lagos, 25 de Abril de 2011
Fernando Marreiro
Deputado Municipal PSD - Lagos
Deputado Municipal PSD - Lagos
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