12/09/2011

QUEREMOS DESPORTO SIM!... MAS COM ORIENTAÇÃO...

O desporto de forma generalizada está consagrado hoje em dia como um objectivo estratégico de qualquer município, sendo muitas vezes atingido e superado outras tantas não! Mas como qualquer objectivo organizacional para ser implementado a sua sustentabilidade tem que ser planeada e monitorizada ao pormenor… coisa que raramente acontece no nosso país e para a qual o Concelho de Lagos é um bom exemplo desta (des)organização.

Nos últimos anos em Lagos a evolução e ou adaptação às novas realidades do desporto passaram essencialmente pela criação de espaços destinados á prática desportiva, esquecendo-se critérios essenciais como a adequação desses espaços às realidades demográficas, sociais e económicas das populações e dos clubes desportivos. É uma constatação que não existe promoção e adaptação à mudança organizacional (novos conceitos de gestão) nas diferentes instituições e colectividades… uma ou duas formações não chegam! Pergunto também? Existe definição de critérios transparentes e imparciais de financiamento e de atribuição de subsídios… quem é que tem que criar mecanismos de regulação e controlo do tipo actividades desportivas praticadas pelas diferentes instituições desportivas… onde posso consultar o controlo e monitorização efectuado ao cumprimento dos planos de actividade, bem como as diferentes modalidades praticadas pelas diferentes colectividades como factor justificativo das diferenças de financiamento e (tratamento) existentes.

Autarquia tem o dever de provocar, estimular e sobretudo fomentar a sustentabilidade dos clubes desportivos e não ao contrário, como por exemplo a regulação e concorrência desleal que é feita através da empresa municipal “Lagos Em Forma” na prática desportiva às diferentes associações ou privados… não importando os saldos negativos de uma gestão danosa para a autarquia. Pergunto? Não seria melhor e mais barato passar a transferência de gestão desportiva para a autarquia, onde esta passaria a efectuar a gestão dos equipamentos desportivos e os clubes desportivos geriam a utilização e pratica desportiva…claro que isto implicaria a definição de um plano de intervenção assente numa base de diálogo e concertação entre os diversos intervenientes desportivos... sabendo que actual modelo empresarial municipal está definitivamente esgotado, colocando em causa a sustentabilidade das diferentes associações desportivas e sobretudo da própria autarquia. É urgente encontrar e definir novas sinergias, estudando em parceria com os clubes desportivos as actuais potencialidades e debilidades do actual panorama desportivo e associativo do concelho de Lagos, há que identificar, quantificar e avaliar as actuais estruturas desportivas e sobretudo a sua forma de actuar, numa lógica de planeamento coerente e equilibrado que vise a promoção e o fortalecimento do actual associativismo desportivo, permitindo deste modo o aumento quantitativo e qualitativo da oferta, da procura e da prática desportiva do concelho.

Vou mais longe afirmando que o modelo de planeamento deverá assentar em quatro grandes princípios orientadores, baseados em primeiro lugar na Globalidade, onde o apoio ao associativismo desportivo deve ter em consideração uma visão global e equilibrada do TODO desportivo do concelho de Lagos. Suportado pela Flexibilidade, pois o processo de apoio deve ser suficientemente flexível, de modo a permitir que os apoios sejam os mais adequados ao momento real do projecto de desenvolvimento desportivo a que se destinam. Incentivar a Participação através de um o programa que deve ser mobilizador e participado por todos os interessados no progresso e desenvolvimento desportivo do concelho, para que as partes se sintam responsáveis pela condução do processo e pelos resultados obtidos. Efectuar a Avaliação dado que para o sucesso, todo o processo deve ser acompanhado e avaliado nas diferentes fases da sua implementação.

Fernando Marreiro
Deputado Municipal pelo PSD

21 de Junho de 2011

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